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segunda-feira, 11 de julho de 2011

ENTREVISTA: Ana do Aracapé


ENTREVISTA: Ana do Aracapé

“A luta só terá fim com a minha partida para a vida eterna. Tenho consciência que estou aqui para servir, porque quem não nasce para servir não serve para viver”

AF- Por que você optou pela política? E qual a razão que levou a entrar neste meio?
Ana do Aracapé - Em Fortaleza, encontramos nas periferias os mais diversos problemas de classes, sejam eles de ordem salarial, Saúde, Habitação, Educação e Transporte. São estes fatores a razão que me fizeram entrar na política. Dentro deste contexto, está inserido o bairro Aracapé, onde moro atualmente.

AF - Com quantos anos você começou a trabalhar nessa área? E quem o influenciou?
Ana do Aracapé - Acho que já nasci política, mas comecei aos 22 anos. Fundei uma Escola Comunitária no Regime Co- Gestão. Nossa comunidade não tinha uma escola. Daí comecei a lutar por Educação Infantil até conseguir o Ensino Fundamental, e é assim a minha luta até hoje, correndo atrás pela melhoria da comunidade. Quem me influenciou foi uma amiga Maria José da Costa.

AF - A sua formação como Pedagoga ajudou de alguma forma a entrar na política? E o que mais fascina? A política ou o poder.
Ana do Aracapé - Sim, como Pedagoga passei a ter fomentação da busca pela vida do próximo. Antes da minha formação, eu tinha um ponto de vista restrito das coisas. Hoje passei a ter uma visão mais ampla em relação ao social. Com certeza a política, e, além disso, quando ocupamos um cargo público temos o poder em nossas mãos, basta cada um usá-lo com inteligência para fazer uma política correta.

AF - Pontue as dificuldades que você teve no início de sua carreira Política?
Ana do Aracapé - A falta de experiência foi devastadora, no início da minha carreira. Quebrei bastante a cabeça por não saber praticamente, nada da Política. Mas graças a minha persistência, hoje me sinto capaz. Apesar de que a experiência é adquirida no dia- a dia, mas estou em busca de novos conhecimentos, como por exemplo, fazendo cursos e participando de palestras.

AF - Quais os cargos públicos que você já exerceu?
Ana do Aracapé - Presidente de Instituições Comunitária, Coordenadora Educacional (Escola Santo Antônio) e Diretora da Escola Infantil (Centro Educacional Boana).

AF - No decorrer de sua vida Política, o que mais marcou?
Ana do Aracapé - Foi marcante o meu primeiro mandato como Presidente da Associação Comunitária do Aracapé (ACA). Também quando consegui com muitos anos de luta trazer em 1988, um Conjunto Habitacional para o bairro e muitas famílias foram beneficiadas com uma moradia digna. Já em 2002, conseguimos uma Escola de Ensino Fundamental que recebeu o nome de um jovem do nosso bairro que participava dos movimentos comunitários: Jonathan da Rocha Alconforado. Em 2004, mais uma grande vitória para a nossa comunidade, pois recebemos um Complexo no qual estão acoplados: Escola João Hildo de Ensino Fundamental, Posto de Saúde João Elísio e a Creche Pequenos Brilhantes.

AF - Você tem algum Projeto educativo para o futuro de sua comunidade?
Ana do Aracapé - Sim,  Projetos na área de artes e também direcionados na área de Esporte e Lazer. O esporte e lazer é o direito da criança e do adolescente, garantido na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente- (ECA). O futebol, o vôlei e o basquete são as modalidades esportivas preferidas da meninada, mas as possibilidades esportivas não são só isso, é preciso ampliar o leque de escolhas, despertar a curiosidade os esportes, fazendo com que eles experimentem, conheça outras opções.

AF - Um sonho em sua carreira Política?
Ana do Aracapé - O Brasil tem uma imensa dívida com as crianças e adolescentes, que são os segmentos mais vulneráveis da população. Segundo os estudos da UNICEF, 45% das pessoas de até 17 anos de idade vivem em situação de pobreza. Portanto, é preciso lutar pela aplicação dos direitos de todos os meninos e meninas do nosso País, conforme está escrito no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Uns dos caminhos para fazer valer esses direitos no dia-a-dia é a divulgação nas comunidades, escolas, e em particular na sociedade de um modo geral.
O Estatuto, é uma das Leis mais avançadas do mundo, apesar de já ter completado 21 anos, ele nunca foi implementado na totalidade. Isso é preciso mudar- primeiro passo é fazer com que a população brasileira o conheça melhor, sobre tudo os agentes mais interessados que são as crianças e adolescentes. Um dos meus sonhos é trabalhar com projetos para nossas crianças e adolescentes. Outro sonho é acabar de uma vez por todo o voto secreto para a cassação de políticos corruptos, acredito que seja uma medida que vai evidentemente, colaborar com a democracia, que vai ajudar cada vez mais a nossos eleitores.

AF - O que mais aborrece na Política Brasileira?
Ana do Aracapé - O que mais me aborrece são essas disputas e jogos de interesses. Os anos passam e a disputa continua entre alguns indivíduos que quer ou já tem um cargo público.

AF - As pessoas quando entra na Política a maior preocupação delas é mostrar serviços à comunidade. E você Ana, o que tem feito de bom para a sua comunidade?
Ana do Aracapé - Estou sempre colaborando na luta com a comunidade no desenvolvimento do bairro, com serviços Educacionais, Cursos de Construção Civil, Curso de Informática e Gestão Empresarial e Cooperativismo.

AF- Quais os serviços sociais que você já trouxe para a comunidade do Aracapé?
Ana do Aracapé - Educação, Saúde, Moradia e Transporte. Em breve vamos trazer mais benefícios para as crianças, para os jovens e adultos do nosso bairro.

AF- Você não acha que é pouco para quem quer ganhar uma eleição tão concorrida?
Ana do Aracapé - Isso é muito relativo, por que estou sempre na batalha, seja ano de eleição ou não. A minha história vem de muitos anos. Ganhar uma eleição não está no meu querer e sim, na vontade, confiança do povo. A luta só terá fim com a minha partida para a vida eterna. Tenho consciência que estou aqui para servir, porque quem não nasce para servir não serve para viver.

AF- A Ana do Aracapé é uma política demagoga?
Ana do Aracapé - Não preciso ser demagoga para fazer política, porque a nossa vida é uma política. Nada funciona bem se você não for à busca dos seus direitos. Sabemos das deficiências existentes no meio político, mas não quer dizer que vou parar. Hoje muitos políticos usam sua imagem para chegar ao cargo público.

AF- Em 2008, você se candidatou e não foi eleita. Quais foram os erros?
Ana do Aracapé - Vários, a minha experiência ainda é muito pouca na política, mas sempre estou em busca de novos conhecimentos, sou uma pesquisadora e tenho consciência de que a preparação se adquire no dia-a-dia, principalmente com os erros.

AF- Você disse que é pesquisadora. E o que pesquisa?
Ana do Aracapé - Refiro-me do conhecimento do mundo, isto é todo conhecimento que adquirimos formal e informalmente, como já sabemos o Brasil já foi uma colônia de postal. Então o conhecimento do mundo não só inclui a familiaridade com fatos, princípios, ideias, condutas, mas também outro tipo de conhecimento, estruturado e parcial sobre eventos que constituem a nossa experiência.
É através de muita leitura que aos poucos vamos adquirindo conhecimentos. O hábito da leitura é a melhor coisa que acontece ao homem. Pesquisar para mim significa buscar conhecimento sempre.

AF - O que você pensa dessas inúmeras coligações que existem no Brasil?
Ana do Aracapé - Particularmente, não concordo com esses exageros de coligações, mas quero deixar claro que coligações são importante para os partidos, o que não concordo é com a sistematização que é repleta de falhas. As carências são várias e muitos desses políticos estão preocupados consigo. As maiorias das coligações são de interesses próprios. Muitas vezes uma pessoa boa não se elege e deixa a vaga para aquele que fez tudo em prol de seu interesse. As coligações aumentaram disparadamente, nos últimos anos. Perguntamos qual a raiz destes problemas, ou se existe algum culpado, com certeza tudo isso acontece em nosso meio, porque ainda há milhares de pessoas sem conhecimento político.

AF- A maioria dos políticos segue o mesmo padrão de promessas à comunidade e quando são eleitos desaparecem. Você vai ser diferente?
Ana do Aracapé - Com certeza, quem promete o que não pode cumprir torna-se uma pessoa sem pudor. Só poderei prometer algo, aquilo que realmente vou poder cumprir.

AF- Você acha que ainda existem políticos verdadeiros no Brasil?
Ana do Aracapé - Sim, porque se não existisse, como estaria nosso país hoje? É preciso ter a consciência de que a população também é responsável por colocar os maus políticos no poder. Sabemos que tudo isso acontece por falta de conhecimento e interesse do povo pela a política. O povo precisa fiscalizar e acompanhar mais os projetos que são definidos pelos parlamentares.

AF- O que você idealiza para a sua comunidade no futuro?
Ana do Aracapé- - Uma vida digna para a sociedade e maior compromisso do poder público.

AF- O que você entende por Políticas Públicas?
Ana do Aracapé - A meu ver, as Políticas Públicas estuda a distribuição do poder nas sociedades humanas. Sistematiza o conhecimento dos fenômenos políticos e investiga o conjunto de processos e métodos empregados para que determinados grupos alcance, conserve e exerça o poder. As Políticas Públicas analisam o governo, tanto como organização formal, quanto resultante do comportamento de seus componentes, que pode ser determinado pela própria organização ou por suas ideologias ou filosofias de poder. A política se refere à teoria, à arte e a prática do governo. Exemplos: Formas de Governos, Mecanismo das eleições, Partidos políticos, Funções do Estado e Transformação da liderança política.

AF - Deixe uma mensagem para aqueles que acreditam em você.
Ana do Aracapé - Se queres ser grande opte por Deus.
“Sonho em acabar de uma vez por todo o voto secreto para a cassação de políticos corruptos”